
A experiência de ser o primeiro parece ter vindo para ficar. Depois de Gaudi, na Sagrada Família, ter marcado a sua obra pelo click instantâneo e quase exclusivo, agora vários museus tendem a vender experiências únicas a preços exorbitantes.
E é isso que ocorre no Grande Museu Egípcio, que será inaugurado em 2020. A obra com custo faraônico – cerca de 1 bilhão de dólares – fica próxima as pirâmides e pode ser visitada com exclusividade por cerca de 4 horas ao módico custo de US 250,00 ou mais de R$ 1.000,00 na cotação de hoje.
A visita exclusiva permite que você seja o primeiro a tirar uma selfie em frente aos artefatos encontrados na Tumba de Tutancâmon ou ainda possa fazer a sua pose junto com a colossal estatua de Ramses II (e quem sabe se dar conta da própria pequenez).

A necessidade de viver uma experiência única e marcante – ou ainda de ser o primeiro – tem marcado fortemente a sociedade contemporânea e isso invadiu o mundo das exposições.
Não importa onde você vá, mas tem que visitar aquele museu que ninguém foi, ou aquela exposição que ninguém conhece e, claro, registrar e postar para mostrar que a sua importância equivale a de Ramses II, dado que você foi o primeiro a estar lá com ele na sua nova casa.
Os museus, por sua vez, descobriram nas selfies uma grande ferramenta de marketing e arrecadação.
Em cerca de 10 anos as redes sociais transformaram também a experiência expográfica: ao invés de “proibido fotografar” hoje os museus permitem e estimulam as selfies. E criam exclusividade e luxo a preço de ouro para que você seja o primeiro a fazer um clique (ou milhares deles) e postar na sua rede social.
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Crítica Expográfica é escrito por Renata Figueiredo Lanz, que, além de produtora de conteúdo neste blog também é diretora de criação da Renata Figueiredo | design gráfico + expografia . Para entrar em contato envie um e-mail para renata@refigueiredo.com.br
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